segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Espetáculo do Perdão

"E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais" (João 8:11b).


As cortinas estavam por se abrirem. Todos haviam esperado aquele momento. Vendedores de lanche se preparavam para os clientes; jornalistas, para as manchetes; juristas e magistrados, para o julgamento. carrascos se armavam com pedras e crianças, com pipocas nas mãos. Afinal de contas, poucos instantes faltavam para o espetáculo começar.

Rodeada de incertezas e de um punhado de escribas e fariseus que a arrastavam para o tribunal, a senhora Madal tentava conformar-se com a idéia da morte vir primeiro que a aposentadoria. Lembrou da sua família, seus parentes e amigos. O erro cometido não teria volta. Arrepender-se já não era possível. Nenhum ouvido sensível. Nenhum olhar de compaixão. Nenhuma mão de socorro. Nenhum defensor... Nada de nada... Até encontrar Jesus.


"-Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando" (João 8:4), acusou o fariseu, apontando o indicador no rosto enxarcado de lágrimas. Antes que houvesse defesa, um escriba decretou a sentença: "-Na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas"; e, ainda: "Tu, pois, que dizes?" (João 8:5). Prestemos atenção na frase: "Tu, pois, que dizes"? Qual a opinião de Jesus? As pessoas diziam: "-Você é uma pecadora"! "Você não merece perdão"! "Você precisa morrer"! Mas, efetivamente, o que diz Jesus?

As pessoas podem dizer o que quiserem a respeito de mim e de você
; ninguém as impede de acusar. Mas elas não podem nos condenar. Os escribas e fariseus costumam usar colírios de longo alcance. Eles conseguem enxergar a poeira no olho dos mortais há um quilômetro de distância, mas não percebem a trave que está há um centímetro acima do seus próprios narizes. São hipermétropes quando o assunto é auto-exame. São biônicos quando querem achar réus.
A senhora Madal não precisava deles. Ela não necessitava que apontassem os seus erros. Queria ajuda.

Ela sabia o que havia feito; e Jesus sabia o que fazer. O Senhor apontou o dedo para o chão e começou a escrever. (Salmos 9:4; 2 Timóteo 4:8). O Justo Juiz dispensou pergaminhos e escribas, papéis e escrivães, computadores e digitadores. Ele próprio escreveu... e na areia.
"Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela" (João 8:7), foi a condição que o Senhor deu para condená-la. Seria o mesmo dizer: "-Quem não estiver aqui, nos avise agora"; ou: "Se você for tetraplégico, levante as mãos e caminhe rápido até aqui, por favor"! Estranhamente, ninguém se enquadrava em nenhuma dessas alternativas.

Os acusadores, um a um, foram saindo. As cortinas foram fechadas. Os assassinos perderam a oportunidade de matar; os comerciantes, de faturar; os jornalistas, de serem promovidos. Os juristas foram devorar livros; e as crianças, comer as guloseímas em casa.

Jesus escreve propositalmente as nossas falhas e pecados na areia. Ele quer nos mostrar que o risco na poeira não permanece quando submetido ao efeito do vento do Seu Espírito (João 3:8). Para provar que a mácula do pecado não resiste ao sopro poderoso dEle, o Salvador encheu os pulmões de ar. A mulher encheu o coração de esperança. Jesus provoucou uma pequena ventania no pó e o pecado se desfez. O auditório esvaziou-se (João 8:9) e o espetáculo foi suspenso (Romanos 8:2).

As palavras meigas da absolvisão soaram como música nos ouvidos dela: "Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais (João 8:11). A cadeira elétrica foi desligada no último instante. O perdão evitou a fatalidade.
Foi maravilhoso para Maria Madalena saber que Jesus dispensa a opinião de terceiros. Ele já tomou decisão em nosso favor, quando morreu na cruz (Romanos 3:25; Efésios 1:7). Não estaríamos na fila dos perdoados, se dependêssemos dos escribas e fariseus. Não importa a quantidade de acusadores. No final, é apenas você e Jesus. Basta se arrepender, pedir perdão e esforçar-se para acertar na próxima.

O salário do pecado é a morte (Romanos 6:23), mas Jesus nunca precisou matar ninguém. O dono da vida (João 10:10;11:25) faz com que os mais terríveis pecados se transformem em rabiscos no chão, quando levados até Ele. Como resultado do Seu sacrifício, Ele, inevitavelmente, nos fez cair nas garras da poderosa graça de Deus.

Um roteiro diferente sempre é escrito na vida daqueles que buscam o perdão. Jesus nos dá uma nova oportunidade ao dizer: "Vai-te e não peques mais". O palco foi, mais uma vez, montado. Uma nova platéia está se compondo. Veja: "Todos estão olhando para você!! Ouça o barulho. Não são pedras, são palmas e pipoca! Parece que a platéia apreciou o espetáculo do perdão".

www.gloriosaesperanca.blogspot.com

Um comentário:

  1. Muito bom o texto! Realmente qdo nos aproximamos do Senhor, não importa se estamos sujos, pois Ele nos limpa e purifica com o seu sangue e nos cura com o seu grandioso amor!!

    Que Deus continue ti abençoando e ti usando!!
    Paz!!!

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