sábado, 30 de abril de 2011

O Jugo Desfeito

“Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si” (Isaías 53:4)

Hoje pela manhã, nos poucos metros da estrada de terra que separam nossa casa do local onde três vezes por semana pego a condução que me leva para trabalhar na cidade vizinha, eu ouvi o Senhor. Tive certeza de que era Ele aproximadamente uns cinco minutos depois de acompanhar o irmão Nick, que coincidentemente fazia o mesmo trajeto que eu.

Nick é um bom sujeito. Humilde e esforçado. Estava ladeado de provimentos para a viagem. Ele ia pernoitar na casa de sua mãe que morava na mesma cidade para a qual eu trabalhava. Como sua bagagem parecia maior que o meu, ofereci-me para ajudá-lo a carregar uma parte do seu fardo, e agachei para apanhar uma caixa de ferramentas que ele levava.

O irmão aceitou a ajuda, mas entregou-me uma bolsa plástica de supermercado. Fiquei um pouco sem jeito. Assombrava pensar no que as pessoas achariam de mim ao me verem carregando aquelas tralhas. Dava para ver nitidamente dentro da bolsa transparente que Nick me dera para levar algumas roupas e sapatos velhos. A vergonha daquela bagagem me acompanhou até o carro, quando joguei-a perto dele e segui viagem no banco da frente.

Foi nesse momento que senti, ou melhor, ouvi Jesus perguntar-me: “-O que seria de você se Eu tivesse agido igual?. Antes de tentar entender essas palavras sozinho, pedi ajuda ao Professor: “-Me explique melhor, Espírito Santo!”

“-Já pensou o que seria de você seu Eu não tivesse carregado a tua cruz? Se ao invés de carregá-la até o fim eu a jogasse aos seus pés na metade do caminho? Se ao invés de levá-la em meus ombros, eu possuísse vergonha dela?”

“-Quero entender melhor, Jesus!” – Pensei.

“-Eu te explico: aquela cruz tinha o peso dos teus pecados. E não somente dos teus, mas os de toda a humanidade. Eu escolhi a pior parte. Não optei exatamente pela mais fácil de levar. Pessoas sentiriam felizes em carregar tua cruz se ela estivesse cheia de boa reputação, riquezas, prosperidade... A que carreguei estava recheada de covardia, incredulidade, abominações, crimes, prostituições, feitiçarias, idolatrias e mentiras” (Apocalipse 21:8). Não é exatamente isso que a Bíblia diz ao afirmar a respeito de mim: ‘verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si’ (Isaías 53:4)?'

E continuou: “-Roupas e chinelos velhos são filhotes de ramsters perto dos dragões que eu tive que carregar. Nada poderia me tirar do itinerário, nem mesmo aquela imundícia. Nas prateleiras da cruz estava todo o lixo que a humanidade produz todos os dias. As gavetas dela estavam abarrotadas de segredos obscuros, podres e fétidos, os quais suportei exclusivamente por amar ao mundo” (João 3:16).

Uma pausa. Talvez o Senhor tenha dado uma temperada na garganta antes de continuar: “-Já imaginou como seria se eu pensasse mais no que os outros iam dizer em me ver levando tudo aquilo? Nas falsas acusações, humilhações, nos ferimentos e na própria morte? Não pense que aquela situação foi confortável para mim. Eu tombei pelas ruas de Jerusalém, escorreguei nas esquinas, cai nas ladeiras... mas não abri mão daquilo que traria conforto para a tua vida.

“-Hoje você não precisa continuar com os seus pecados expostos na vitrine da vergonha, porque eu já os ‘lancei para trás das minhas costas’ (Isaías 38:17). O que você não mais queria, Eu levei nos meus ombros. Aquilo que te afligia, tornou-se a origem da minha morte. Aquilo que te incomodava - a razão da minha vida. A tua tristeza - a causa do meu esforço. O meu sofrimento - o motivo da tua felicidade!”

“-Ninguém mais é obrigado a andar corcunda pelo peso, cansado pelo labor, contaminado pelo lixo, fedido pela podridão ou envergonhado pelo conteúdo do mostruário. O jugo da escravidão e do pecado já foi destruído. Eu o venci por todos quantos aceitam minha ajuda. Te sentistes embaraçado em levar por alguns minutos um fardo que não era teu, mas eu levei o de todos, inclusive o teu, para sempre. Preciso falar sobre o quanto te amo”!?

“-Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas cansadas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mateus 11:28-30).

Caro leitor, se você ainda leva a carga da culpa em seus ombros, as palavras de Jesus são para você. Entregue sua vida para Ele. Livre-se desse peso desnecessário e una-se a Cristo! Ele levará nos braços não apenas o seu fardo, mas também a ti.

Olhe à frente. Existe um Ser brilhante. Ele o aguarda com um sorriso no rosto e com a mão estendida. Veja que ele se aproxima. Ouça o que Ele diz: “-Posso ajudar?”.

"E acontecerá, naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e o seu jugo do teu pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção" (Isaías 10:27).

"Mas agora quebrarei o seu jugo de sobre ti, e romperei os teus laços" (Naum 1:13).

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sábado, 2 de abril de 2011

Pássaro Ferido

“Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? Porque, certamente, isso se fará asas e voará ao céu como a águia” (Provérbios 23:5).

CRITIQUE SANTOS DUMONT PELA DECOLAGEM DA CRIAÇÃO. O cientista brasileiro realmente fez muito pela humanidade. Denuncie-o por criar a forma mais segura de atravessar o Atlântico. Julgue-o por contribuir para a diminuição dos grandes naufrágios. Condene-o por rachar ao meio duas civilizações: a que rasteja por terra ou escorrega no mar, e a que abre as asas e voa acima das nuvens.

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Certo fazendeiro encontrou no alto da montanha um ninho de águia. Pelo que “pegou emprestado” um dos ovos e o pôs com outros debaixo da galinha para chocar. Cumprindo o tempo determinado, os pintinhos nasceram e, com eles, o filhote de águia. Este, passou a vida inteira ciscando com os “pintinhos”, bicando como “galinha” e abrindo as asas de vez em quando... Sem, contudo, jamais poder voar.

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Apesar de serem situações distintas, o 14 Bis de Santos Dumont e o pássaro que não aprendeu a voar têm algo em comum: asas. Esse detalhe pode fazer muita diferença. Mas uma outra particularidade pode mudar o curso da história: entender essa verdade.

O mundo inteiro é habitado por milhões de pássaros que não voam. São pessoas que foram trancafiadas nas cadeias do pecado. Seres humanos acorrentados nas algemas da baixa estima. Presos na alma. Verdadeiros detentos espirituais. Pássaros que poderiam andar nas alturas (Salmos 18:33; Habacuque 3:19), mas escolhem rastejar como serpentes. Águias que deveriam estar acima das nuvens (Isaías 40:39), mas preferem vê-las por baixo.

O Criador nos convida a aproveitarmos a única vida que Ele nos deu. Ele já criou-a. A nossa parte é fazê-la valer a pena. Se não o fizermos nesta vida, jamais teremos outra oportunidade (Hebreus 9:27). Precisamos sonhar. Precisamos entender esta verdade. Carecemos voar. Foi Ele mesmo quem chamou para “subir com asas como águias” (Isaías 40:31).

Ninguém apostaria naquela invenção. Nenhum empresário investiria na “caixa de papelão made in Brazil”. O 14 Bis de Santos Dumont era apenas um sonho que tornou-se realidade pela persistência. Por outro lado, jamais imaginaríamos a rainha das aves morrer de velhice sem nunca voar, pelo comodismo que assumiu. Simplesmente por escolher conformar-se com o que os outros diziam: “Você não pode. Você é incapaz. És apenas uma galinha”!

Um recado de Deus para todos os pássaros feridos quanto essa reflexão possa alcançar:

Pessoas falaram bobagens sobre você. Quiseram quebrar as suas asas e tirar sua vida. Mas você precisa saber de duas coisas. Primeiro: arrancaram os seus sonhos, não as suas asas. O Senhor não permitiu que retirassem a sua capacidade de decolar. Segundo: Ele está agora lhe observando do céu. Ele aposta que dessa vez irás conseguir. Tens uma asa de cada lado – fé e ação andam, ou melhor, voam juntas.

Se pudermos crer, um passo será dado. Se confiarmos o suficiente para tentar a subida, teremos mais uma águia nos céus. Isso lhe fará muito bem. Quando a tempestade vir, você não precisa molhar-se. Quando as nuvens escurecerem você pode estar acima delas.

Incline o corpo, olhe para o alvo, bata as asas e siga. Tem uma porção de vitoriosos te esperando aqui em cima.

“Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Isaías 40:31).

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