domingo, 28 de junho de 2009

No Último Instante (Lucas 23.39-43)

“-Morte!”. Essa era a sentença unânime proferida pelos súditos de Tibério César. E, no caminho para a tortura final, ninguém ousava fazer nada em contrário. Nenhum amigo. Nenhum olhar de piedade. Não havia sequer um perdão.

Uma nova chance? Impossível, “porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23a). E ele sabia que era culpado o suficiente para enfrentar a cadeira elétrica, o enforcamento, ou, no caso, a crucificação.

Ele está sendo ferido, e resolve ferir. Está sendo xingado, e quer retaliar. Vê que existem mais dois cumprindo a mesma sentença. Ele e o da outra extremidade resolvem insultar o do meio (Mt 27.44).

De repente, um brado de amor ecoa no espaço e abala o universo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34a). Perdão?! Isso é tudo que o sentenciado precisa ouvir.

O malfeitor, num sacrifício insuportável, se esforça para saber o autor de tamanha misericórdia. Qual não foi a surpresa: ele vê que é exatamente aquele por ele insultado, um tal de JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS.

Pela primeira vez na vida, alguém o perdoou.

Mas o ladrão ainda quis mais. Repreendeu o outro insultador (v.39,40) e arriscou: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino” (v.42). Mesmo sem merecer qualquer tipo de misericórdia, faz a última tentativa.

O REI DOS JUDEUS (Lucas 23.38) concederia esse último desejo? Pode apostar que Pôncio Pilatos ficaria indiferente, Tibério César não moveria uma palha. Ninguém faria nada por ele.

E Jesus? Qual não foi a admiração, quando numa miserável dor, Jesus rompeu os paradigmas sociais e afirmou: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (v.43). E o que mais impressiona: sem precisar de purgatório, reencarnações, penitências...

Aquele criminoso viu mais uma vez a luz raiar e, dessa vez, no fim do túnel. Afinal, ele ia morar com Jesus, promessa alcançada no último instante de vida.

Dá pra entender um negócio desses? Ninguém o perdoou, mas Jesus não negou o Seu perdão. Ninguém quer ser amigo de um ladrão, mas Jesus o levou para morar na Sua casa (Paraíso). Bastou que ele se arrependesse (v.40,41) e pedisse perdão (v.42).

Esse mesmo Jesus está disposto a perdoar todos quanto precisarem. Basta se arrepender e pedir-lhe uma chance. Assim, o negro túnel dará espaço a um facho de luz capaz de estampar um sorriso de “Ufa! Por um triz”.

“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19.10).

terça-feira, 23 de junho de 2009

Tente Outra Vez (Lc 5.1-7)



No referido texto bíblico, achamos um poderoso ensinamento. O professor que ministra a aula é nada menos que o rabino Jesus Cristo. Ele, como sempre, em poucas palavras e muita ação, dá uma lição da necessidade de persistir, de tentar de novo e não desistir jamais.
Havia um pescador que passara toda a noite anterior tentando. Nas suas palavras: “havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos” (v.5b). Das seis da noite às seis da manhã. E nada. Nenhum peixe sequer. Dá até pra imaginar o olhar de descontentamento ao observar os outros barcos abarrotados de peixe.
Fracassado! Incompetente! Faltaram adjetivos para Pedro se auto-qualificar. E o pior: ninguém precisou pronunciar sequer uma palavra para que ele chegasse a essas conclusões.
Jesus sabia disso e decidiu ajudar. A expressão: “faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar” (v.4b) prova a intenção de Jesus. -Mas, peraí Jesus: lançar as redes de novo!? Uf! Não teria nada melhor para dizer aqueles que já “estavam lavando as redes” (v.2d)? A resposta é “não”.
Pedro não deu o seu melhor: "porque mandas, lançarei a rede" (v.5c). Essa é a típica resposta de um incrédulo, não foi muito diferente de ter dito: -Não tô confiando muito não, mas já que o Senhor mandou...
No versículo seguinte, está registrado: “E fazendo assim” (v.6a). “Assim”, como? Obedecendo, ué. Pedro, embora não entendendo completamente o trabalhar de Deus (cf. Jo 13.7), simplesmente obedeceu (1 Sm 15.22). E essa deve ser a nossa atitude.
Dessa forma, temos a continuação do versículo: “colheram uma grande quantidade de peixes, e rompiam-se-lhes a rede” (v.6bc). Ainda: “fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco, para que os fossem ajudar. E foram e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique” (v.7).
A vida é cheia de desafios. O sentimento de realização ou não-realização resulta do sucesso ou fracasso na empreitada da vida. E, nessa corrida, muitos ficam pelo caminho. Eles desistem, simplesmente porque não sentem ânimo, nem têm forças para recomeçar.
Mas, a todo momento, Deus está dando uma oportunidade de fazer tudo de novo. Mesmo que o desejo seja o de lavar as redes, atracar o barco e ir correndo para casa dormir, o melhor é ouvir o que a Palavra de Deus tem a dizer:

Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas
forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem
indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma.
(Eclesiastes 9:10)

Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos, porque a
vossa obra tem uma recompensa.
(2 Crônicas 15:7)

Agora, de posse dessa palavra, você já sabe que, independentemente do que acontecer, precisamos manter-nos firmes. Sim, avançar; não recuar! A vitória está vindo. Se você parar, vai atrasar. Se voltar atrás, nunca chegará. Mas, se for com Jesus, ela chegará no tempo certo. Veja, pelos olhos da fé, que ela já vem ali... E, caso não seja agora, vale a pena tentar outra vez!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Cego, para a Glória de Deus! (João 1.9-41)


João nos apresenta uma surpreendente passagem bíblica. O evangelista não se preocupou em dar grandes detalhes sobre a vida de um homem alcançado pela graça divina, senão o mais importante: “um homem cego de nascença” (v.1).

Importa-nos observar que, na época, já existia a crença errônea de que toda doença grave ou catástrofe é resultado de algum pecado. Isso pode ser atestado na pergunta dos discípulos: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (v. 2). No entanto, Jesus dá um golpe, sem misericórdia, na doutrina da auto-redenção: “Nem ele pecou, nem seus pais...” e explicou: “mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus” (v. 3).

Só um instante: Asafe compôs para a glória de Deus, Mirian cantou para a glória de Deus, Paulo pregou para a glória de Deus, os discípulos receberam o batismo de fogo para a glória de Deus, Pedro curou para a glória de Deus. Mas aquele homem nasceu cego para a glória de Deus!?

A resposta é Sim. A maioria está disposta a ser compositor, cantor e pregador para a glória de Deus. Mas será que estamos dispostos a não poder enxergar ou a ter que esmolar para a glória de Deus? E quanto a ser cego para a glória de Deus. Já pensou nisso?

Alguma vez você já se perguntou o porquê da dor? O objetivo do câncer que matou os sonhos, do acidente que levou embora o ente querido, do desemprego que deixou a despensa vazia, das calúnias que roubaram a auto-estima?... Se não, você não é uma pessoa comum. Aquele homem também se perguntava.

Ao receber a notícia da doença de seu amigo Lázaro, Jesus afirmou que “esta enfermidade não é para morte” e esclareceu: “mas para glória de Deus” (v. 4). Mais tarde, Estevão, o diácono da igreja, foi apedrejado para ver “a glória de Deus e Jesus”.

Vale aprender com Jesus que Deus é poderoso o suficiente para transformar em bênçãos de glória todas as adversidades que a vida seja capaz de trazer. Utilizando um método nunca antes usado e, se alguém o usasse à parte do Nazareno, também não daria certo, Jesus “cuspiu na terra, e, com a saliva, fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego” (v. 6). E disse: “Vai, lava-te no tanque de Siloé” (v. 7).

O homem cego foi e lavou-se no tanque que fica em Jerusalém, como Jesus o dissera, e “voltou vendo” (v. 7). A glória de Deus realmente foi manifestada na vida daquele; o que não pode ser diferente na sua. Lembre-se: você é o instrumento que Deus quer usar para glória do Seu nome!

A Bíblia afirma: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Romanos 8.28). Ainda: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (II Coríntios 4.17). A partir de agora, antes de reclamar de algum aspecto da sua vida, lembre-se que ele e você existem para a glória de Deus.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A Trindade nas Escrituras - 1ª Parte


Nessa primeira parte do nosso curso, abordaremos os aspectos preliminares da Doutrina da Trindade. O tema urge da instante necessidade de combater os falsos ensinos promovidos por grupos religiosos descompromissados com a verdade bíblica (2 Ped 2.1; Mat 7.2).

Trindade ou Triunidade [do grego trias, três; do latim trinitatem, grupo de três pessoas], refere-se à doutrina bíblica segundo a qual a divindade, embora una em essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Dicionário Teológico, Claudionor Corrêa de Andrade, CPAD, 2008).
A palavra foi usada pela primeira vez em sua forma grega por Teófilo e, na forma latina, por Tertuliano.
Os judeus religiosos recitam, até hoje, três vezes ao dia, Dt 6.4: “Ouve ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” [grifo meu]. No original hebraico, temos: “Shema, Israel: Adonai Elohenu Adonai Echad”. A palavra traduzida para único é Echad, que significa unidade composta, diferentemente do vocábulo Yachid, que significa unidade absoluta.
Outros exemplos do emprego de Echad são encontrados em Gn 2.24; Nm 13.23; Ed 2.64; Jr 32.38. Em Gn 2.24, temos: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á sua mulher, e serão ambos uma carne”. Esse é um exemplo bíblico de que duas personalidades podem se unir em uma única substância.
Tenho uma publicação de um grupo unitarista1 na qual está desenhado um deus de três cabeças, para zombar da crença cristã. Mas, cá para nós: algum de vocês já viu alguma dessas revistas e livros com a figura de Adão e Eva num só corpo? E com duas cabeças? No entanto, Gn 2.24 aponta os dois como sendo um.
A confissão de fé das Assembléias de Deus, citada em cada edição do Jornal Mensageiro da Paz, traz: “Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo” (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.2ª; 2 Co 13.13).
Insistem, os inimigos da Trindade, ainda, na idéia de que o termo não aparece na Bíblia e que Tertuliano a inventou. Isso não passa de ultraje e engodo. Seria o fato de dizer que Isaac Newton inventou a Lei da Gravidade? Albert Einsten criou a Lei da Relatividade? Ou apenas conseguiram provar algo que já existia?
A verdade é que, embora não apareça nas Escrituras, a palavra Trindade é ensinada em toda a Bíblia. Assim como o nome Lúcifer não aparece nas escrituras, isso não quer dizer que ele não exista.

1 Doutrina que, embasada no monoteísmo radical, rejeita a realidade bíblica da Santíssima Trindade.

Na 2ª Parte do nosso curso, estudaremos os credos da cristandade, se o Senhor Jesus assim permitir!