sábado, 28 de abril de 2012

Líderes muçulmanos exigem que as igrejas sejam destruidas em Zanzibar

Os líderes muçulmanos de Zanzibar* têm reclamado nos últimos meses que suas comunidades precisam se ver livres das igrejas. De janeiro para cá as tensões aumentaram.

Numa atitude deliberada, os líderes islâmicos do país têm incitado todos os muçulmanos a ficarem atentos ao crecimento Igreja local de modo que possa impedi-lo. Há boatos de que tem circulado uma lista de igrejas pentecostais que devem ser eliminadas.

De acordo com uma fonte confiável da região, há rumores de que a Igreja Pentecostal de Kariokor é o próximo alvo da lista. Os principais alvos são as igrejas pentecostais sob a alegação de que elas têm “perturbado a paz”, por pregarem e cultuarem em alta voz.

Em 31 de março, a Comissão Distrital (DC) da região levou uma carta de advertência à Igreja de Deus em Mbweni, para que a igreja não mais cultue a Deus em seu templo. O documento alegava que o templo era na verdade uma casa, portanto, terminantemente proibido de ser usada para culto.

Outro incidente foi relatado por uma testemunha à Portas Abertas, cujo nome não pode ser revelado por questões de segurança. "Na mesma noite, por volta das 2:00 da manhã, cerca de 20 jovens foram à Igreja de Deus em Kianga, perto da Cidade de Zanzibar (capital do país) e demoliram o prédio da Igreja. Após identificarem duas casas de famílias cristãs, eles alertaram para que ninguém saisse das casas para impedir a demolição da igreja”. Concluiram os membros da Igreja, assustados.

Após a carta de advertência, a Igreja de Mbweni cancelou suas atividades do domingo seguinte.

Entretanto, os cristãos escreveram uma carta de reclamação que foi enviada para a Comissão Distrital, para outras autoridades da região, e para o Gabinete Presidencial. A carta explicava às autoridades que o edifício em questão era de fato uma Igreja, e não uma residência, como afirmava no documento da DC.

De acordo com a fonte da Portas Abertas, a Igreja continuou utilizando o edifício para cultos nos domingos seguintes. Mas, enquanto cultuava a Deus no último domingo, 15 de abril, funcionários do governo, retornaram à Igreja outra vez e perguntaram por que eles continuavam com os cultos mesmo havendo a proibição.

Os líderes da Igreja explicaram que haviam escrito uma carta para o DC, esclarecendo a situação e informando que a casa em questão é, na verdade, uma Igreja, e não uma residência; e, que, portanto, eles devieriam ser autorizados a continuar com os cultos. Os funcionários do governos não foram convencidos e deixaram claro que eles teriam que enfrentar as consequências se continuarem cultuando lá.

Líderes de várias denominações de Zanzibar, convocaram uma entrevista coletiva em 03 de abril de 2012, para se queixar do assédio que têm sofrido e para pedir proteção do governo. Exceto por duas radios, Bomba FM e TBC 1, nenhuma outra divulgou qualquer noticia ou informação relativa à coletiva de imprensa.

Quando, posteriormente questionado sobre se havia conflitos entre cristãos e muçulmanos em Zanzibar, o porta-voz da polícia local negou. O oficial lamentou a demolição da igreja em Kianga, sendo realizados naquele edificio, mas afirmou que os cristãos não tinham permissão para cultuar em construções residenciais e ratificou que as ações ali são ilegais.

Menos de 1% da população de Zanzibar é cristão. Estima-se que existam hoje 60 igrejas protestantes em todo o país, de acordo com a organização Operation World.

*Zanzibar é o nome dado ao conjunto de duas ilhas do Arquipélago de Zanzibar, ao largo da costa da Tanzânia, na margem leste-africana, onde formam um estado semi-autônomo.

Fonte: Portas Abertas

www.gloriosaesperanca.blogspot.com

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