sábado, 4 de julho de 2009

A Trindade nas Escrituras - 2ª Parte

Nessa segunda parte do curso, abordaremos os credos da cristandade.


Credo é uma expressão latina derivada do verbo credere (crer). Entende-se por credo o resumo dos artigos de fé aceitos por uma religião ou denominação evangélica (Dicionário Teológico, CPAD, 2008).


Ainda nos primórdios do Cristianismo, a formulação de uma confissão de fé (ou credo) tornou-se uma questão de sobrevivência para a Igreja Cristã. Para conservar a sã doutrina contra os ensinos alheios à Palavra de Deus, foram elaborados pelo menos três credos: o Credo dos Apóstolos, o Niceno e o Atanasiano.


O Credo dos Apóstolos, escrito no primeiro século, já sugeria a existência de três pessoas no plano de redenção: “Creio em Deus Pai Todo-poderoso. E em Jesus Cristo seu único Filho, nosso Senhor, que nasceu do Espírito Santo [...]”. Esse credo servia como confissão batismal na época. Tempos depois, o Credo Niceno manteve as bases do credo apostólico e ressaltou alguns elementos novos.


O Credo Atanasiano, o mais completo de todos, foi formulado no século IV por Atanásio (295-373), um dos bispos mais perseguidos do seu tempo. Esse, trata profundamente a Doutrina da Trindade, no que diz:


“1.Todo que for salvo: antes de todas as coisas é necessário que se apegue à fé universal; 2.Tal fé, se não guardada plena e imaculada, sem dúvida trará perdição eterna. 3.E a fé universal é esta: Que nós adoramos um Deus em Trindade, e Trindade na Unidade; 4.Sem confundir as pessoas, sem dividir a Substância. 5.Porque há uma Pessoa do Pai, outra do Filho, e outra do Espírito Santo. 6. Mas a divindade do Pai, do Filho, e do Espírito Santo é uma só: a glória igual, a majestade, coeterna. 7. Como o Pai é, tal é o Filho, e tal é o Espírito Santo. 8. O Pai incriado, o Filho incriado, e o Espírito Santo incriado. 9. O Pai incompreensível, o Filho incompreensível, e o Espírito Santo incompreensível. 10. O Pai eterno, o Filho eterno, e o Espírito Santo eterno. 11. No entanto não são três eternos mas um eterno. 12. Porque também não há três incriados nem três incompreensíveis, mas um incriado e um incompreensível. 13. Assim do mesmo modo o Pai é Todo-Poderoso, o Filho, Todo-Poderoso, e o Espírito, Todo-Poderoso. 14. No entanto não são três Todo-Poderosos, mas um Todo-Poderoso. 15. Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus; 16.No entanto não são três Deuses, mas um Deus. 20. Também somos proibidos pela religião universal de dizer: Há três Deuses, ou há três Senhores. 21. O Pai não é feito de coisa alguma, nem criado nem gerado. 22. O Filho é do Pai somente; não feito, nem criado, mas gerado. 23. O Espírito Santo é do Pai e do Filho; não foi feito, nem criado, nem gerado, mas deles procede. 24. Assim, há um Pai, e não três Pais; um Filho, e não três Filhos; um Espírito Santo, e não três Espíritos Santos. 25. E nesta Trindade nenhum deles é antes ou depois do outro; nenhum é maior ou menor do que outro. 26. Mas as três pessoas são coeternas e coiguais. 27. De modo que em todas as coisas, como dito acima: a unidade na Trindade e a Trindade na unidade deve ser adorada. 28. Aquele, portanto, que for salvo deve assim pensar sobre a Trindade. 29. Além disso é necessário à eterna salvação que, corretamente, se creia também na encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo. 30. Porque a fé correta é que creiamos e confessemos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem. 31. Deus, da substância do Pai, gerado antes dos séculos; e homem da substância de sua mãe, nascido no mundo. 32. Deus perfeito e homem perfeito, de alma racional e subsistindo em carne humana. 33. Igual ao Pai quanto à divindade, e inferior ao Pai quanto à humanidade. 34.Que, embora seja Deus e homem, não é, porém, dois, mas um Cristo. 35. Um, não pela conversão da divindade em carne, mas levando da humanidade a Deus. 36. Inteiramente um, não pela confusão da substância, mas pela unidade da pessoa. 37. Porque assim como a alma racional e a carne são um homem, também Deus e homem são um Cristo; 38. Que padeceu para a nossa salvação, desceu ao inferno, ressuscitou dentre os mortos ao terceiro dia; 39. Subiu aos céus e está assentado à direita do Pai, Deus, Todo-Poderoso; 40. De onde virá julgar os vivos e os mortos. 41. Em cuja vinda todos os homens ressuscitarão em corpo; 42. E prestarão contas de suas obras. 43. E os que fizeram o bem irão para a vida eterna, e os que fizeram o mal, para o fogo eterno. 44. Esta é a fé universal: quem nela não crer fielmente não pode ser salvo”.


Conforme visto, desde o princípio da Igreja de Cristo, cria-se na divindade absoluta do Pai, do Filho e do Espírito Santo. De forma que deixar de acreditar em tal doutrina, seria considerado heresia grave e acarretaria em excomunhão. A verdadeira igreja mantém firme, até aos dias atuais, os postulados ensinados pelos pais da igreja e apoiados na Bíblia Sagrada.

Um comentário:

  1. Apesar de ser uma assunto de difícil explicação e entendimento para muitos, reconhecemos a atuação das três pessoas da Trindade.

    Parabéns pelo blog. Estou seguindo com muita satisfação.

    Paz!

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