quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Não há qualquer liberdade religiosa na Coréia do Norte


Coréia do Norte


Perguntados sobre a posição da Coréia do Norte na Classificação de Países por Perseguição (WWL) 2013, há 11 anos consecutivos número um em repressão à fé cristã, refugiados norte-coreanos dizem acreditar que o país seja, realmente, o maior perseguidor ao cristianismo e demais religiões do mundo, já que sentiram na pele toda essa repressão.


Devido às suas políticas de isolamento, a Coréia do Norte é um mundo à parte. Servir a Deus ali custa um alto preço: cristãos reúnem-se em cavernas para fugir do controle do Estado. Refugiados afirmam que a completa falta de direitos humanos, incluindo a liberdade de religião, torna a situação em seu país incomparável a qualquer outro.

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Devido às suas políticas de isolamento, a Coreia do Norte é um mundo à parte. Servir a Deus ali custa um alto preço: cristãos reúnem-se em cavernas para fugir do controle do Estado. Refugiados afirmam que a completa falta de direitos humanos, incluindo a liberdade de religião, torna a situação em seu país incomparável a qualquer outro.
De acordo com o norte-coreano Timothy*, de 24 anos, o governo só está preocupado com os testes nucleares. Ele quase foi torturado até a morte porque foi considerado um traidor após ter sido preso na China, há nove anos: "Eles ignoram todas as liberdades, o nível dos direitos humanos é de zero por cento. As religiões não são permitidas. O líder da Coreia do Norte tem de ser adorado como deus e isso não vai mudar, a menos que o regime entre em colapso."
Durante os 15 anos que viveu na Coreia do Norte, ele nunca notou nada de religioso entre os cidadãos. "Eu me lembro de filmes e desenhos animados sobre maus cristãos. O Deus cristão era um monstro para mim. Quando eu tinha 11 anos, testemunhei a execução pública de um cristão. Seu crime foi ter escondido Bíblias minúsculas no telhado de sua casa. No mesmo ano, uma senhora foi baleada. Ela havia fugido para a China para frequentar a igreja ali, mas um espião norte-coreano descobriu suas atividades. Ela foi presa e enviada de volta à Coreia do Norte, onde também foi morta em público. Estou convencido de que essas práticas ainda ocorrem no país. Quanto a mim, eu aprendi a confiar em Deus quando Ele me salvou da tortura e da prisão. Graças a Ele eu ainda estou aqui."
Joo-Eun* expressa a opinião de outros refugiados norte-coreanos, quando diz que "não há qualquer liberdade religiosa na Coreia do Norte". Ela afirma que "aqueles que acreditarem em Jesus estão simplesmente mortos. Kim Jong-Un é deus e não pode haver qualquer deus além dele. Norte-coreanos que ouvem falar sobre o cristianismo, sabem que Jesus pode dar-lhes uma vida melhor, mas eles também sabem que o cristianismo vai destruir o sistema socialista que vigora hoje no país. Por isso a perseguição é tão feroz. Em nenhum outro lugar do mundo é possível encontrar uma ditadura já na sua terceira geração. Sim, existem igrejas na Coreia do Norte, mas só quando os estrangeiros estão presentes. O Estado permite que alguns moradores participem, mas não há qualquer liberdade de expressão, de religião, ou imprensa na Coreia do Norte. Já que é improvável que essa situação mude, eu acho que a Coreia do Norte permanecerá na primeira posição da Classificação de Países por Perseguição (WWL)*, da Portas Abertas, por muito tempo", concluiu.
Tim Peters, fundador da organização de ajuda e suporte aos refugiados Helping Hands Korea, concorda com os depoimentos prestados. "Não é surpreendente o fato da Coreia do Norte estar em primeiro lugar na WWL, dado o crescente número de testemunhos de pessoas que foram ajudadas através da estrada de ferro (a conhecida trilha usada por refugiados em busca de sua liberdade da Coreia do Norte, através da China e de outros países, até a Coreia do Sul). Sem mencionar os relatórios que recebemos de igrejas na Coreia do Norte. Elas concordam com o fato de que não há liberdade de religião no país. Existem, hoje, mais de 25.000 refugiados norte-coreanos na Coreia do Sul. Seus testemunhos são provas convincentes da severa perseguição religiosa na Coreia do Norte."

Traduçã:oAna Luíza Vastag
Fonte:Portas Abertas Internacional


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