"Ele, porém, disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram" (Marcos 16:6).
Diz um provérbio popular que nenhum infortúnio vem só. Na caminhada cristã, sempre estamos passando por fazes delicadas, nas quais uma série de pesadelos tentam roubar a nossa alegria de viver. E nem é necessário dormir, para ter tais pesadelos... “Falei dormir? Quem consegue dormir quando o dia mal chega?”
Para Jesus, o Dia Mau aconteceu numa sexta-feira. Traído pelo amigo que mais confiava: o tesoureiro do Seu Ministério; negado três vezes pelo discípulo mais fiel: o temperamental Pedro. O Cristo foi dilacerado pelos chicotes romanos, trocado por um homicida e sentenciado à morte pela multidão que o havia elogiado há alguns dias.
Em meio a toda essa turbulência, parece até que estou ouvindo um transeunte dizer: “-Calma, Mestre. É apenas sexta-feira”.
O drama continua com a coroa de espinhos, com as cuspidas em seu rosto e com a cruz. Uma estrada, vários soldados, uma incontável multidão... O Messias procurou um conhecido para pedir socorro, e encontrou muitos rostos. Mas quantos deles estavam dispostos a ajudá-lo? Se não fosse Simão, um estranho de Cirene que, por acaso, estava passando por ali, a resposta seria “nenhum”.
Instantes se passaram, e ouço outra vez o desconhecido dizer: “-Entenda que é sexta-feira, Senhor”.
Prego nas mãos e prego nos pés: Jesus agoniza, enquanto a multidão zomba (Marcos 15:29-32). Se angustia, enquanto os ladrões lhe lançam as mesmas coisas em rosto (Mateus 27:44). O Cristo sofre enquanto a maioria ri. Ele é espetáculo enquanto os outros se divertem...
Outra vez, ouço: “Lembre-se que ainda é sexta”.
O Mestre sentiu solidão, bradou e expirou (Marcos 15:37). Jesus morreu. Aparentemente tudo acabou na sexta-feira. O sol escureceu, os montes se abriram ao meio, a natureza protestou (Mateus 27:52,53). Não se ouviram pássaros, nem crianças brincando ou idosos sorrindo.
Só quem bradou foi o inferno. Os demônios batiam nos peitos, enquanto Satanás se entronizava. Tudo parecia perdido. Isso mesmo: "Apenas parecia", pois ouvi o desconhecido assegurar aos cristãos: "-A sexta-feira está acabando"!
Mas o quadro mudou no domingo pela manhã (Marcos 16:2). A voz do anjo ancheu de alento os corações das Marias: "-Já ressuscitou, não está aqui (Marcos 16:6)". O inferno recuou, o sol voltou a brilhar, os pássaros a cantar, as crianças a brincarem e os idosos a sorrirem. A ressurreição de Jesus enche de esperanças os primitivos cristãos e a nós (1 Pe 1:3).
E a voz desconhecida, uma vez mais, falou: "-Eu avisei que no domingo tudo mudaria"!
Eu não sei nada sobre você, mas posso afirmar: se no calendário de Deus para sua vida está marcando quinta... é sinal de que uma sexta-feira está chegando. Se for sábado, é prova de que o dia mal está passando. Porém, se for sexta-feira, paciência, companheiro: "a bênção está chegando". Duvidas? Vou provar: Agüenta firme só mais um dia... o domingo já é depois de amanhã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário